ABSTRACT
Este artigo tem por objetivo discutir a clínica contemporânea considerando o declínio dos ideais morais no campo cultural em sua relação com o recalque e o superego. A partir da constatação de que as subjetividades dos dias de hoje apresentam uma prevalência do imaginário sobre a capacidade simbólica, a intensificação dos vícios, atuações e compulsões, concluímos que a perversão é uma estrutura predominante na cultura. Assim sendo, o superego em sua vertente tirânica, determinando um empuxo ao gozo em associação à pulsão de morte, encontra-se mais fortalecido do que em sua relação com recalque. A clínica proposta por Lacan, em que se estabelecem suplências para equilibrar subjetividades nas quais o significante Nome-do-pai esteve ausente, permite incluir no discurso analítico, casos em que a metaforização do falo não se deu de forma suficiente. Apresentamos um caso clínico visando ilustrar essa prática.
Subject(s)
Superego , Compulsive Personality DisorderABSTRACT
Esse artigo interroga a atualidade da psicanálise, indaga se sua permanência está assegurada no campo social, ou se é uma prática datada, que tende à dissolução. A investigação do conceito de sintoma em Psicanálise, confrontando as teorias de Freud e Lacan, foi a via escolhida para responder a essa questão a partir da constatação de uma fenomenologia na clínica diversa da descrita por Freud, refratária à decifração pela interpretação.